O paradoxo do Paraíso Cristão
Por Carlos AcauanPublicado originalmente em 08/08/2025
Segundo a doutrina cristã, após a morte de cada ser humano virá o julgamento divino, quando Jesus de Nazaré em pessoa será o juiz que separará as ovelhas dos bodes (Mateus 25:31-33) e conduzirá as ovelhas (cristãos) para onde não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor (Apocalipse 21:4) e os bodes (todos os demais) para onde o verme que os rói nunca morre e o fogo nunca se apaga (Marcos 9:44).
Blaise Pascal achou que isso era motivo suficiente para ser cristão.
Para os nãos cristãos fica a dúvida: “o que fizemos prá sermos queimados e roídos per saecula saeculorum, enquanto as tais ovelhas ficam no bem bom? ”
A doutrina cristã responde que Deus determinou a salvação da Humanidade através do sacrifício de Jesus Cristo, em resgate pelo pecado original de Adão e Eva, salvação exclusiva para aqueles que aceitaram este sacrifício (2 Coríntios 5:21).
Gênesis 3:24 e 2 Coríntios 5:21 definem um ciclo que descreve como os humanos são expulsos do Paraíso e retornam a ele.
E definem um paradoxo.
O que impede de os humanos serem expulsos do Paraiso uma segunda vez?
Se os humanos foram expulsos do Paraíso uma vez por pecar, podem ser expulsos do Paraíso por pecar uma segunda vez.
Qualquer argumento de que os salvos em Cristo não poderão pecar por serem salvos em Cristo determina que os salvos em Cristo não terão livre arbítrio, enquanto a doutrina cristã, com exceção das vertentes calvinistas, determina que o livre arbítrio estabelecido por Deus permitiu o pecado que levou à queda da humanidade e à necessidade do sacrifício vicário.
Neste ponto define-se o paradoxo da doutrina da salvação.
Com a exceção já citada dos calvinistas, que defendem que Deus é um sádico que criou bilhões de humanos sem livre arbítrio, com a intenção exclusiva de torturá-los eternamente, enquanto poupava e concedia regalias a uma meia dúzia de três ou quatro selecionados arbitrariamente.
Desconsiderada esta exceção, o Plano Salvífico, como os crentes gostam de chamar, resulta em um potencial looping infinito, no qual a humanidade cai em perdição pelo uso pecaminoso do livre arbítrio, é resgatada pelo sacrifício simbólico do próprio Deus em uma de suas pessoas, os que creem neste sacríficio simbólico são salvos e conduzidos ao Paraíso onde, se exercerem seu livre arbítrio pode acontecer tudo de novo.
O looping só pode ser evitado se o livre arbítrio humano não existir, mas se existia a opção do não livre arbítrio, esta opção poderia ter sido aplicada já no Éden, evitando toda esta bagunça.
Paradoxo.
Gènesis 3:24
Segundo a doutrina cristã, após a morte de cada ser humano virá o julgamento divino, quando Jesus de Nazaré em pessoa será o juiz que separará as ovelhas dos bodes (Mateus 25:31-33) e conduzirá as ovelhas (cristãos) para onde não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor (Apocalipse 21:4) e os bodes (todos os demais) para onde o verme que os rói nunca morre e o fogo nunca se apaga (Marcos 9:44).
Blaise Pascal achou que isso era motivo suficiente para ser cristão.
Para os nãos cristãos fica a dúvida: “o que fizemos prá sermos queimados e roídos per saecula saeculorum, enquanto as tais ovelhas ficam no bem bom? ”
A doutrina cristã responde que Deus determinou a salvação da Humanidade através do sacrifício de Jesus Cristo, em resgate pelo pecado original de Adão e Eva, salvação exclusiva para aqueles que aceitaram este sacrifício (2 Coríntios 5:21).
Gênesis 3:24 e 2 Coríntios 5:21 definem um ciclo que descreve como os humanos são expulsos do Paraíso e retornam a ele.
E definem um paradoxo.
O que impede de os humanos serem expulsos do Paraiso uma segunda vez?
Se os humanos foram expulsos do Paraíso uma vez por pecar, podem ser expulsos do Paraíso por pecar uma segunda vez.
Qualquer argumento de que os salvos em Cristo não poderão pecar por serem salvos em Cristo determina que os salvos em Cristo não terão livre arbítrio, enquanto a doutrina cristã, com exceção das vertentes calvinistas, determina que o livre arbítrio estabelecido por Deus permitiu o pecado que levou à queda da humanidade e à necessidade do sacrifício vicário.
Neste ponto define-se o paradoxo da doutrina da salvação.
Com a exceção já citada dos calvinistas, que defendem que Deus é um sádico que criou bilhões de humanos sem livre arbítrio, com a intenção exclusiva de torturá-los eternamente, enquanto poupava e concedia regalias a uma meia dúzia de três ou quatro selecionados arbitrariamente.
Desconsiderada esta exceção, o Plano Salvífico, como os crentes gostam de chamar, resulta em um potencial looping infinito, no qual a humanidade cai em perdição pelo uso pecaminoso do livre arbítrio, é resgatada pelo sacrifício simbólico do próprio Deus em uma de suas pessoas, os que creem neste sacríficio simbólico são salvos e conduzidos ao Paraíso onde, se exercerem seu livre arbítrio pode acontecer tudo de novo.
O looping só pode ser evitado se o livre arbítrio humano não existir, mas se existia a opção do não livre arbítrio, esta opção poderia ter sido aplicada já no Éden, evitando toda esta bagunça.
Paradoxo.

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