quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Metafísica Básica I – O Infinito

Por Acauan Guajajara

A consciência humana perante o infinito é uma das questões metafísicas básicas.

Uma consciência individual que contempla o infinito se vê como um ponto central de onde irradiam infinitas retas em todas as direções nas quais a percepção consciente só alcança um limitado segmento de algumas das retas irradiadas, não de todas, resultando em uma alegoria geométrica na qual a consciência individual é um ponto no centro do sólido infinito da realidade.

Como um farol de alcance limitado, a consciência ilumina seu entorno próximo neste sólido, permanecendo escura a infinita vastidão restante.

Esta alegoria geométrica permite representar a construção do senso de realidade pela consciência individual, uma vez que a reta é uma entidade infinita da qual se pode conhecer as propriedades do todo a partir do conhecimento das propriedades da parte.

Sem esta idéia de continuum seria impossível qualquer concepção de realidade, pois qualquer parte finita de um todo infinito seria insignificante perante este todo e o conhecimento da parte em nada implicaria para o conhecimento do todo, como um farol que ilumina os recifes próximos, mas nada informa sobre a imensidão do oceano do qual alcança apenas as bordas.

Se não há o continuum, qualquer idéia formulada a partir de nossas percepções não teria qualquer significado absoluto. A própria idéia de realidade nada mais seria que o modo como imaginamos um todo além de nossa possibilidade de perscrutar.